Moda circular: como pode influenciar no futuro da indústria da moda

Moda circular: como pode influenciar no futuro da indústria da moda

Até 2050 seremos mais de 9 bilhões de pessoas no planeta, de acordo com a ONU. Se hoje o mundo, com 2 bilhões a menos de pessoas, já passa por uma época de inúmeros desafios – sanitários, sociais, políticos e ambientais – é imprescindível que a cadeia de valor da indústria têxtil evolua para o modelo de moda circular.

A pergunta que preocupa os estilistas conscientes é como criar uma moda circular de qualidade, com transparência dos meios de produção, respeito ao público e criatividade.

O uso da tecnologia é a resposta mais plausível e viável, em um mundo em que a mudança de hábitos dos consumidores anda cada vez mais rápido, convergindo para uma maior consciência ambiental.

Redesenhar a indústria da moda na direção da economia circular é um desafio, mas, acima de tudo, é o reflexo de um mercado com urgência de transformação.

Recriar o ecossistema do mundo da moda, com um olho na inovação e outro na força do bem em que pretende se transformar, requer planejamento, estratégia e, principalmente, vontade de mudar.

Como criar estratégias de adoção da moda circular

A moda circular e colaborativa é uma questão de estratégia. Assim como em qualquer empresa, é preciso planejamento, estudo, pesquisa e capacitação.

É necessário extrapolar, ir além da formação tradicional para ingressar em uma nova esfera de conhecimento que agregue valor não só ao produto final, mas à toda cadeia produtiva.

Assumir uma vanguarda na adoção da moda circular é criar um diferencial de marca, assumindo um novo olhar sobre o mundo da moda.

A associação com outras empresas permite uma abordagem holística dos problemas através dos pontos de identificação com o público.

Dessa forma, a criação de parcerias e o comprometimento com foco na inovação é capaz de desenvolver novos padrões de qualidade, acelerar a adoção de modelos circulares e incentivar o desencadeamento de mais ações sustentáveis.

Repense o caminho da cadeia de valor

É preciso repensar todo o caminho da cadeia de valor, da extração da matéria-prima à sua utilidade final.

No modelo de moda circular, os produtos devem ser desenvolvidos e produzidos a partir de materiais puros, com produtos químicos que ofereçam segurança ao ser humano e ao meio ambiente.

Dessa forma, é possível dar boa destinação aos resíduos têxteis, seja através da devolução segura à natureza, seja para a confecção de novas roupas e acabamentos.

Na indústria, a água deve ter uma gestão responsável, assim como a integração do uso das energias recicláveis ao modelo circular.

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De acordo com o relatório A New Textiles Rconomy, da Ellen MacArthur Foundation, nem 1% da quantidade de material usado na produção de roupas é reciclado em novas roupas, acarretando uma perda anual na casa dos U$$ 100 bilhões.

Por outro lado, o sistema de moda linear da indústria têxtil deve ser responsável por 26% de participação no orçamento de carbono global até 2050.

Em 2015 essa participação era de apenas 2%. A migração para o modelo de moda circular é indispensável para alcançar a meta limite de aquecimento global de 2ºC, estipulada pelo Acordo de Paris.

Hoje, ainda de acordo com o relatório, 20% da poluição industrial global da água é proveniente do tratamento e tingimento de tecidos.

Ações para adoção da moda circular

O estilista tem diversas formas de produzir suas coleções de moda no modelo circular, desde pequenas atitudes iniciais até a busca por parcerias que acelerem a transição para a moda circular.

  • Criação de programas para a moda do bem agregando parcerias com produtores, fornecedores, financiadores, organizações sem fins lucrativos e até mesmo outras marcas agindo como catalisador da mudança para a moda circular;
  • Invista em diferenciais sustentáveis, como o uso de etiquetas com fio de poliéster reciclado, agregando valor à peça e melhorando sua identificação de marca;
  • Incentivar a participação do consumidor em um sistema de coleta de roupas para o processamento em escala permitindo sua utilização na confecção de novas peças;
  • Incentivar a circularidade no PDV, com pontos de coleta de roupas usadas da própria marca e programa de fidelização na compra da nova coleção;
  • Prioridade para formas de tingimento com pigmentos naturais e/ou produtos químicos que não agridam ao meio ambiente;
  • Compartilhamento das ações, divulgação e transparência do sistema produtivo através de campanhas de marketing;
  • Melhor aproveitamento dos resíduos têxteis de coleções passadas para a confecção das novas coleções de moda;
  • Criar medidas que visem a obtenção de certificações sustentáveis, agregando valor à coleção de moda;
  • Adesão a campanhas de divulgação e esclarecimento do público sobre as vantagens da moda circular;
  • Uso de insumos recicláveis e renováveis com o objetivo de melhorar a reciclagem dos fios;
  • Investimento em recursos que reduzam os resíduos pós-industriais;
  • Investimento em tecnologia para a recuperação de fibras puras;
  • Apoio a inovações com foco na circularidade dos produtos.

O estilista também não deve esquecer a importância de criar uma identidade de marca própria para o modelo, reforçando a ideia de que o impulso da moda circular se fortalece a cada dia.

A união de todos os criativos em torno da consolidação da transição para a moda circular é fundamental para transformação da indústria, gerando uma nova forma de ver e viver a moda, preservando o planeta.

Quer estar sempre antenado com tudo o que acontece no mundo da moda? Continue acompanhando o Blog Haco e fique sempre por dentro das principais dicas e novidades!

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